Mas...........Ela queria mais...Ela queria a música, ela queria a dança, ela queria a transa, ela queria o amor... Amor que nem precisava ser pra sempre, bastava ser amor... inteiro... “amor de corpo inteiro” até o fim...! Ela queria o quarto, a sala, a cama, a mesa, o jardim...! Ela queria amor por dentro, por fora.Amor que enche a sala, que ultrapassa a casa, que escancara as portas. Amor que não deixa janelas entreabertas, amor que não se perde nas frestas...Amor que derruba e dói, amor que renasce e constrói...!Amor em qualquer lugar, amor que não vai embora. Amor a toda hora... Amor, feliz pra sempre, agora!Ah, ela queria o amor....Ah, ela queria amar... e queria... Queria mais que a pele...queria a febre, a fome, a sede... todos os poros, todos os cheiros, ela o queria em todos os seus humores, nas suas flores, nos seus espinhos... Ela queria amar mais que o amor, ela queria um amor maior que os dois...Ela queria o toque, o beijo, o cheiro, a chuva, o sol, os dias quentes, o frio...O riso, as lágrimas, verdades sem máscaras,a cara lavada, o sonho mais real, a realidade mais sonhada... Ela queria a palavra errada, o silencio exato... ela queria ouvir qualquer coisa, todas as broncas, ela queria a briga, a rotina, ela queria apenas estar ali...De todas as formas, em todas as horas...Pra sorrir, pra chorar... ela queria a cumplicidade do amar... Ela queria a “chatice” dele, a “caretice”, até mesmo suas grosserias...Ela queria seus erros, seus acertos, suas tristezas, suas alegrias... Ela o queria perfeito, imperfeito... Ela o queria de qualquer jeito...Ela o queria inteiro, sendo ele mesmo, sem medo... Ela queria... ela quer... o AMOR pra AMAR... E ele? O que ele queria? O que ele quer? Ele diz que ela não entende... Pois é, talvez ele esteja certo, muitas vezes ela não consegue, por mais que tente, não consegue... mas queria, ah como queria entender, como queria que ele entendesse o que "ela também não entende"...

Hoje é dia

Dia em que estou...

Na verdade, nem sei se “estou”...

Se estou aqui ou aí

Por que será que há dias que nada parece existir, e tudo parece se perder?

Nem eu, nem você

Nem “sou” ou “estou”...

Hoje é dia que leio e releio... a mim, a você...

E não encontro nenhum de nós dois...

Dia em que me afogo em versos perdidos em rimas sem sentido

Sonhos desconexos, sentimentos incontidos...

Hoje é dia que me perco em trechos de Caio

Dia em que me ensaio, dia em que palavras se tornam prece (silenciosa), algo que você (pre)sente, e nem ao menos entende...

não consegue (d)escrever...

Mas, eu precisava tanto... Precisava tanto reter o encanto... e te dizer..., mas estranho, as palavras já não me são tão fáceis nesse momento.Estranho nada! Há muito que já não sei o que te dizer (o que poderia te dizer que já não tenha dito?), mas sei lá... ainda assim queria... (quero, preciso...). Hoje eu queria, precisava te falar... tentar ao menos...,e te escrever... para quem sabe te fazer entender, mas entender o que? Escrever o que? Já nem sei mais...

Na verdade, as únicas palavras que me ocorrem agora não são minhas, são dele, sempre dele (Caio Fernando de Abreu). É, as palavras não são minhas, mas com certeza, se eu fosse te escrever, te diria:



“(...)Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para vc, para mim.
P.S.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem vc nem eu somos descartáveis.
E amanhã tem sol!"



SOL...!

É, amanhã tem sol

Apesar de todas as ventanias desses nossos dias...



Porque tem dia que é assim

Doido, doído, louco, varrido, sem razão, todo coração, sem sentido, sentido, sofrido, vivido até o fim...

Dia da mais pura contradição, da loucura mais doce...

Dia em que deliberadamente não procuro tua saudade na minha pele

Propositalmente não te espero, minto que não te quero

É, mas tem jeito não, finjo... prendo o coração... escondo a alma, não encontro a calma... me encolho, me despeço, nada peço, não espero tuas respostas, te dou às costas, não insisto, me (des)faço... me (re)viro, nem disfarço... acabo de novo de frente com você... VOCÊ, SEMPRE VOCÊ...!



Contraditoriamente me repito em você...

Há palavras que nada dizem, não pesam...

E silêncios que olham nos olhos, revelam...

Mas, em dado momento são as palavras que esperamos

Mais que isso: precisamos delas!

E elas não me chegam...

Nas palavras que espero, apenas o silêncio que não quero!

Tantas vezes aprendi a te ouvir no silêncio,

a te encontrar mesmo na mais longas das esperas

Mas agora...

Agora o silêncio não me traz paz, ao contrário,

desassossega a alma, aperta o coração...

É difícil não saber o que acontece,

tentar entender, procurar ouvir... em vão!

E

Nas palavras mudas que machucam

No silêncio inquieto que hoje fere


Vou escrevendo palavras

Para quem sabe assim conseguir ler teu silêncio...!

Tento...!

E eu escrevo... Mais uma vez... Nem sei por que ainda insisto, tanta coisa já foi dita, mas quanto mais se fala parece que menos se pode ouvir... Quem sabe, agora, só mesmo o silêncio possa ser entendido... Talvez seja mais fácil nada falar, não pensar em certas coisas, ou pelo menos fingir que não pensa, fingir que não sente, fingir que está tudo bem e se apegar àquele discurso covarde: “eu tentei, fiz de tudo, mas não consegui”... Talvez pudesse mesmo ser fácil desse jeito. É... Talvez... Isso se quando você encostasse a cabeça no travesseiro não viesse aquela sensação desesperadora de estar perdendo o melhor de você, de estar cada vez mais longe da sua essência. Isso se quando fosse só você com você mesmo não se sentisse completamente perdido, esmagado por teus medos, numa vida sem sentido... Talvez pudesse ser possível se não “sobrasse tanta falta” dentro do seu peito, se não faltasse tanta verdade nos teus dias. Se não sobrasse tanta falta de atitude. (Algo de mentira nunca vai admitir história... E onde está a verdade daquilo que você vive agora? Nunca houve... e o que era insuportável, estranhamente se mantém...). Até quando se pode agüentar o que já não se suporta? Até quando obrigações podem ser maiores que sentimentos? Até quando se resisti ao que te arrebenta o peito? Até quando o limite do insuportável se sustenta? Quanto tempo mais para que você, de fato, ouça? Quanto tempo ainda pra que você realmente escute? O que grita teu silêncio e o que nossas palavras agora calam!( a canção mostra e você não vê, o coração pede e você não entende...). Até quando vai deixar de viver a verdade do que sente? Até quando vai conseguir mentir pra si mesmo, se perdendo de você? A frustração terá que te arrastar feito um furacão até que não sobre mais nada? Só a falta de você mesmo? Quantos sinais mais você precisa pra que entenda que só quando nos vemos inteiros no outro, que só quando o olho no olho acontece sem medo, que só quando falamos sem meias verdades, que só quando o coração dispara e o corpo todo espera é que sempre fará valer a pena. Destino que se cumpre na pele, desejo onde o acaso não existe e dúvida nenhuma há. Só a certeza daquilo que você sempre esperou e sabia que assim seria no exato momento que acontecesse. A cumplicidade imediata de uma intimidade que só quem sente o outro por inteiro consegue entender. Algo que transcende distâncias, motivos e mágoas. Algo como prece de anjo, como sopro de um sonho bom, como tua verdade mais inteira. Coisas do fundo mais fundo da tua alma, e que nada de fora(coisas que só com os olhos se vê) pode mudar. É uma crença maior daquilo que pulsou dentro da gente naquele instante em que tudo passou a fazer sentido pra nós (aquele primeiro instante em que você me olhou e eu me vi ali completamente tua, inteiramente dentro de você) O arrepio antes mesmo do toque, a febre, o beijo... invadindo, pulsando...! E cada desejo se encaixou, e todo o resto não importou, e cada promessa se cumpriu (mesmo antes que nada disséssemos). Sem pressa! Quando nenhuma dúvida existiu, e o mundo todo parou, sem erros ou enganos! Momento perfeito, instante que permanece... e grita dentro da gente, mesmo com todo esse silêncio...!

Nao tinha como nao dar errado...

Eram duas esperas que não tinham como dar errado...Ele sempre a quis, desde o primeiro momento que a viu. Ela nunca mais deixou de ser dele, desde aquele primeiro instante em que descobriu que era ele tudo o que sempre esperou, mesmo sem saber...

Ele não... sabia que seria ela, ela sempre fora a sua espera... Ela nem imaginava, mas teve a certeza no momento em que ele a olhou e o que ela viu foi a si mesma, ela vivia inteira naquele olhar...Ela se via nele e poderia tê-lo amado pra sempre... E, ao contrário do que ele pensava, ela não queria que ele mudasse, só queria que ele fosse ele mesmo, sem medo... Mas, esse medo conseguiu ser maior... E ele? Covarde-frustrado, provavelmente vai amá-la assim: naquele pra sempre que, contrariando a canção, nunca acaba... É que não se terminam coisas que não se exaurem... Essa é a sina daqueles que não se permitem ir ao fundo do que sentem: permanecem sem ficar, amam sem viver, de fato, o amor (covardia tem seu preço). E ela seguirá sem arrependimentos. E ele até conseguirá seguir por algum tempo, mas seguindo e voltando acabará vivendo daquilo que, estranhamente, não se permitiu viver... viverá da lembrança dela, perdido no precipício de si próprio continuará amando-a em silêncio. Aquele silêncio de abismo... Aquele que desperdiça afetos, que destrói sonhos, que não dá atenção ao vento... Porque como alguém já disse um dia: “não basta amar, é preciso cuidar do amor, há que se dar muita atenção ao vento...” E é assim que nesse amor medroso, descuidado, desatento de si mesmo, que de repente o vento sopra mais forte, corações escapam... E o mundo gira tão rápido que já não cabe mais naquele abraço. E é assim que duas esperas se perdem sem ao menos terem dado errado...

Não quero agora pensar nas tuas razões, te fazer entender.meus motivos, meus argumentos podem ser óbvios, mas talvez apenas pra mim. Difícil esperar, mais ainda dar o primeiro passo. Não que eu não acredite que você não vai dar, não que eu duvide que eu não vou saber esperar.Ou quem sabe a espera deva ser tua e o passo deva ser meu? Nem estou bancando a ofendida, querendo te mostrar como posso da forma mais difícil te fazer entender. É que certas coisas simplesmente se embaralham, e fica um misto de vontade e inércia, algo como um desejo que já nem sabe se quer ou o que quer de verdade. É incrível como sempre batemos de frente, eu que achei ter aprendido a contornar... Tenho feito muito isso, no trabalho, com as pessoas que me irritam, com as situações que me tiram do sério, exercito diariamente a minha paciência mais que impaciente, respiro, conto até 1.000, e contorno, e olha que (euzinha, esse ser naturalmente impaciente) tenho conseguido alcançar, até sem maiores esforços, o equilíbrio de algo que em mim nunca existiu ( a paciência em meio a tanta falta dela), mas com você é tão difícil (você que me é verdadeiramente importante). Procuro a calma e só encontro terremoto, você atropela o que sinto e eu ultrapasso teus limites, te peço a paciência que com você já não tenho, e você não me pede mais nada, diz que eu preciso a aprender viver com minhas dúvidas, porque nada é certo e nem sempre tudo se explica. E eu me calo pra tentar me ouvir no teu silêncio porque se eu falo eu te invado, e se eu silencio você não me sente, e se você se arrisca, eu não me entrego, e quando eu me atiro, você se segura.Perco a minha naturalidade, você retoma o seu controle, se fecha de novo em você. E eu tento te alcançar outra vez, tento te encontrar sem me perder, tento ter você sem deixar de ser eu, me procuro nos teus olhos pra não deixar no escuro de novo o seu coração, mergulho no que eu não entendo pra nunca mais voltar a viver na superfície, me afundo, me afogo, mas nunca mais volto pro meu mundinho particular, e se, de repente, faço tudo errado como você diz, é pra tentar não deixar você voltar ao teu, mas daí acabo te invadindo e você me fala coisas que me fazem doer, e eu acabo te ferindo tentando te mostrar os motivos que me trouxeram até aqui, meus medos, minhas angústias, tudo aquilo que você não me pergunta, porque espera o meu tempo, coisas que não compreendo em você porque, na verdade, de uma certa forma, refletem eu mesma, tantas diferenças nossas, e a mesma maneira de querer tudo do nosso jeito, urgência latente de querer tudo pra ontem, de não querer mudar nada por ninguém, mas sei lá, de uma forma ou de outra tenho aprendido a ceder e, estranha e contraditoriamente, com você tenho aprendido a ser menos ansiosa, a olhar mais atentamente pro outro pra não me perder de vista, a te entender mais pra compreender melhor a mim.

quero entender



Procura mais de si mesma pra não se perder do pouco que restou . Pra não endurecer. Pra não admitir que tudo foi engano. Pra não desacreditar. Pra não deixar morrer dentro dela o que sempre lhe foi verdadeiro. Pra aceitar suas limitações. Pra reconhecer que não é tão nobre assim, que, por vezes, abandona suas flores e é só tempestades (procura seu sol, só encontra trovões... )Pra parar de querer ser senhora da situação. Pra entender que o coração erra também e que os sentimentos traem (certezas se dissolvem na covardia daqueles que não sabem olhar mais fundo). Pra não insistir em perguntas. Pra não buscar desculpas. Pra encarar as respostas não dadas (suadas-não ditas-sentidas). Sangrar constatações, isso dói. Abandonar suas crenças, dói ainda mais ... Não há como se encontrar quando se perdem convicções.As horas andam e as fendas são tantas... Atenções desperdiçadas, história interrompida, já não há mais como voltar. Frestas apenas, nenhuma porta aberta, segredo algum pra guardar ... Sobram falhas, restam medos, e o tempo vai tecendo vazios, e só...



Quando sonhos adormecem não há como despertar estrelas.E de repente tudo fica tão distante... Porque tantas coisas nos escapam, porque fugimos tanto do que somos, porque deixamos passar o instante...Porque cobramos confiança e duvidamos de nós mesmos. Porque buscamos certezas e abandonamos crenças. Porque pedimos desculpas pra poder voltar a dormir. Porque falamos em perdão sem pensar, de fato, na redenção. Porque queremos asas e nos detemos em abismos. Porque buscamos flores e desfiamos espinhos. Porque esperamos chuva mansa e provocamos tempestades. Porque procuramos sol e cuspimos trovões. Porque pedimos calma e desencadeamos terremotos. Porque fazemos promessas e tecemos impossibilidades. Porque esperamos o toque e contemos a pele. Porque queremos música e compomos silêncios. Porque buscamos leveza e nos tornamos rocha. Porque ensaiamos pétalas e desperdiçamos rosas. Porque abrimos caminhos e impedimos o acesso. Porque almejamos céus e negamos sonhos. Porque queremos presença e cumprimos distâncias. Porque detestamos ausências e impomos solidões. Porque desejamos noites de lua cheia e esvaziamos corações. Porque cobramos afeto e desaprendemos o gesto. Porque queremos que o outro seja o que frequentemente não conseguimos ser.